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Isso não quer dizer que a mulher não possa se sair bem na política. Grandes governantes entraram para a história como, por exemplo, a rainha Elisabeth da Inglaterra, Indira Gandhi na Índia, Golda Meir em Israel, Margareth Tatcher na Inglaterra, Violeta Chamorro na Nicarágua. Entretanto, como disse Indira Gandhi: “Não me considero uma mulher fazendo política, mas, sim, uma pessoa exercendo um ofício”.
No discurso da convenção Rousseff prometeu que fará um governo como o de Lula, mas “com alma e coração de mulher”. O que será que a colérica Rousseff entende por alma de mulher?
Numa idealização da “alma de mulher” direi que podemos, entre outras coisas, sermos generosas, compreensivas, pacientes, atributos, aliás, inerentes ao maravilhoso dom da maternidade. No comportamento muitas de nós somos graciosas, sedutoras, sensuais, encantadoras no jeito de andar e falar. No dia-a-dia de muitas mulheres se encontram heroínas que amparam, consolam, lutam pela existência, protegem a família.
Nem todas possuem tais características, é claro. Existem mães que matam os filhos, megeras que infernizam a vida alheia, ignorantes que danificam suas vidas e a de outros, mulheres nada graciosas que andam com passadas de guarda de campo de concentração, sempre dando ordens com vozes desagradáveis feitas para o comando.
Parece, porém, que essa coisa de alma virou moda. Até Michel Temer disse que o “PMDB vai entrar em campanha com sua alma, e não apenas com seu raciocínio”. Alguns eleitores mais atilados conhecem bem a “alma e o raciocínio” de José Sarney, Renan Calheiros…
De qualquer modo, se Rousseff ganhar não teremos uma mulher na presidência da República. Como inferior e submissa ao homem ela apenas esquentará o lugar para Lula da Silva que pretende voltar em 2014. Assim os homens do PT traçaram sua manutenção no poder. E se a herança maldita pesar foi a mulher que não soube fazer como a “luz do mundo”. Afinal, só Lula da Silva tem alma.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.